Golf completa 25 anos de Brasil e ganha versão eletrificada
Em fevereiro de 1994, a Volkswagen alugou o Autódromo de Interlagos para apresentar o Golf GTI, seu primeiro carro importado para o mercado nacional. Passados 25 anos, o hatch médio volta a ser um pioneiro no Brasil.
A montadora vai lançar a versão híbrida do modelo, com estreia prevista para o fim deste ano. Seu nome: GTE.
O “E” da sigla é abreviação de “Electricity”, que substitui o “I” de “Injection”.
O novo Golf tem um motor elétrico instalado junto ao sistema de transmissão, que gera potência equivalente a 102 cv. Sozinho, consegue fazer o carro rodar por até 50 quilômetros sem que seja preciso acionar o outro motor, a gasolina.
O casamento de combustão e eletricidade justifica o “GT” (“Gran Tourismo”) no nome. Essa junção de letras é reservada aos carros mais esportivos da Volkswagen.
O motor a gasolina é o mesmo 1.4 turbo (150 cv) usado em diversos veículos da marca à venda no Brasil. A combinação das potências resulta em 204 cv, pois há perdas pelo caminho. Ainda assim, é um número próximo dos 230 cv do GTI atual —e muito superior aos 116 cv do GTI de 1994.
A Volkswagen emprestou o Golf GTE para uma volta ao redor da fábrica de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). O primeiro quilômetro foi percorrido nas dependências da montadora, com o carro no modo elétrico.
Nem os funcionários estão acostumados com o silêncio: um operário se assustou ao ver o carro se aproximar enquanto atravessava uma rua interna.
A opção híbrida foi acionada logo após o carro ganhar a rua. Uma acelerada mais forte na saída do semáforo mostrou que o “E” não é muito diferente do “I” quando se trata de um Volks GT.
Além de conseguir rodar no modo 100% elétrico, o Golf GTE pode ser recarregado na garagem. Se as baterias estiverem no nível mínimo de energia permitido pelo sistema, o tempo plugado em uma tomada de 220V será de duas horas e 45 minutos, segundo a fabricante.
O pacote de baterias é composto por 96 células que se parecem com um livro de bolso. Cada uma tem capacidade semelhante às usadas em notebooks. O conjunto é instalado junto ao eixo traseiro, ao lado do tanque com capacidade para 40 litros de combustível.
A Volkswagen diz que a combinação de gasolina e eletricidade permite percorrer cerca de 900 quilômetros.
Roger Guilherme, gerente de engenharia da Volkswagen, afirma que o gasto residencial a cada recarga completa em São Paulo é de R$ 5. Esse será a despesa diária de um motorista que percorre 50 quilômetros no trajeto de ida e volta ao trabalho.
Se o dono não quiser se preocupar com tomadas, pode usar o carro o tempo todo em modo híbrido. O motor a gasolina também consegue alimentar as baterias, mas a eficiência não será a mesma.
A graça está em utilizar a eletricidade para reduzir as emissões de poluentes e CO2 no meio urbano.
Carros como o Golf GTE são as soluções que as montadoras têm encontrado para atender a legislações ambientais cada vez mais restritivas. Sem a eletrificação, os automóveis não conseguirão obter as homologações necessárias para rodar.
O lado ruim é o quanto deverá custar a versão híbrida. A tendência é de valor superior aos R$ 151.530 pedidos atualmente por um Golf GTI.
Espera-se que a disseminação da tecnologia ajude a reduzir os preços, até porque é um caminho sem volta.
Nos dias de hoje, o Golf GTI de 1994 não teria a menor chance de ser lançado. Contudo, não há razão para saudosismo. O GTE é mais eficiente em todos os aspectos, talvez só perca no carisma.