Com fábrica parada, GM diz que Onix usa mais semicondutores que a concorrência

Montadora que mais tem sofrido com a escassez de peças no Brasil, a General Motors explica o porquê de ainda não ter retomado a produção do Chevrolet Onix em Gravataí (RS). A empresa diz que o compacto precisa de mais semicondutores –principal item em falta no mundo–  do que os concorrentes diretos.

“O novo Onix chega a ter aproximadamente 1.000 semicondutores e sistemas integrados espalhados por quase 20 módulos, é até o dobro da quantidade encontrada em outros modelos da mesma categoria”, afirma a GM em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (7).

Ao adotar uma nova plataforma de veículos compactos, a GM optou por oferecer carros mais equipados no mercado nacional, de maior valor agregado. Por exemplo, o Onix é o único de sua categoria a trazer seis airbags entre os itens de série em todas as versões.

A linha de produção do carro compacto está interrompida desde abril, e a retomada deve ocorrer entre o fim de julho e o início de agosto.

O resultado da paralisação aparece no ranking de vendas. A versão hatch do Onix, que dominou o mercado nos últimos seis anos, ocupou a 13ª posição em maio, com 3.820 unidades emplacadas. A opção sedã terminou o mês na 16ª colocação (3.367 licenciamentos).

O modelo compacto, que partia de R$ 48,5 mil no fim de 2019, é vendido hoje por R$ 65 mil em sua versão de entrada. Parte da alta nos preços se deve aos problemas com o fornecimento de peças importadas, cotadas em dólar.

A montadora cita um estudo feito pela Deloitte: de acordo com a consultoria, a eletrônica representa 40% dos custos de um veículo atualmente, cerca de 50% mais do que há uma década.