Máquinas do Tempo https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br Passado, presente e futuro da mobilidade e da indústria automotiva Fri, 19 Nov 2021 02:43:08 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Peugeot 208 elétrico chega ao Brasil por R$ 245 mil https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/09/28/peugeot-208-eletrico-chega-ao-brasil-por-r-245-mil/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/09/28/peugeot-208-eletrico-chega-ao-brasil-por-r-245-mil/#respond Tue, 28 Sep 2021 14:50:17 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/egt-destaque-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=440 Oitenta anos depois de apresentar o VLV, seu primeiro carro elétrico, a Peugeot traz para o Brasil o e-208 GT, modelo recarregável na tomada e produzido na Eslováquia.

Vendido em versão única por R$ 245 mil, o hatch compacto chegará primeiro às cidades do Rio e de São Paulo. A etapa seguinte será a distribuição nacional, que deve ocorrer no início de 2022.

A carroceria segue o mesmo desenho do modelo flex, mas há diferenças no acabamento. A grade frontal tem detalhes em preto alternados com a cor do carro.

Apresentado em 1941, Peugeot VLV foi o primeiro carro elétrico da marca francesa (Reprodução)

Os LEDs frontais que imitam as presas de um leão estão lá, bem como o painel de instrumentos com efeito 3D. Os mostradores podem ser configurados de acordo com o gosto do motorista.

As dimensões são as mesmas do 208 flex, e a capacidade do porta-malas foi mantida em 311 litros. Entre os concorrentes diretos estão o Renault Zoe Intense (R$ 230 mil) e o Mini Cooper SE (a partir de R$ 240 mil).

A Peugeot afirma que o e-208 é capaz de rodar até 340 quilômetros com uma carga completa das baterias. A potência equivale a 136 cv, mas é o torque de 26,5 kgfm que se destaca.

A força disponível a partir do zero faz o carro chegar aos 100 km/h em 8,3 segundos, de acordo com a Peugeot. É o mesmo tempo registrado pelo 208 GT da geração passada, equipado com motor 1.6 turbo flex (173 cv) e câmbio manual. O número foi aferido pelo Instituto Mauá de Tecnologia.

O câmbio automático tem a opção B-Mode, que utiliza a frenagem para regenerar a bateria. Nessa condição, o veículo começa a reduzir a velocidade sempre que o motorista tira o pé do acelerador.

O Peugeot elétrico pode ser recarregado até em tomadas comuns de 110v, mas, nessa condição, será necessário manter o carro plugado por um dia inteiro para o reabastecimento total.

Para recargas mais rápidas, há o sistema desenvolvido pela empresa WEG. A versão de 22 kW pode carregar o e-208 em quatro horas. Em tomadas de 100 kW, disponíveis em poucos postos, a bateria é realimentada em aproximadamente meia hora.

É possível saber onde há pontos de recarga por meio da central multimídia ou de um aplicativo instalado no smartphone. A montadora diz que há aproximadamente 700 tomadas públicas cadastradas.

A estratégica de eletrificação da marca francesa inclui o e-Expert, versão elétrica da van de serviços que hoje é vendida apenas em opção a diesel. O lançamento deve ocorrer no início de 2022.

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Carro futurista da Toyota vira coadjuvante nas maratonas de Tóquio https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/09/carro-futurista-da-toyota-vira-coadjuvante-nas-maratonas-de-toquio/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/09/carro-futurista-da-toyota-vira-coadjuvante-nas-maratonas-de-toquio/#respond Mon, 09 Aug 2021 22:42:42 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/de3459b8b1febfa22cff8f3eeb3cf8e2d00649f117b6f9106b5ac1e38470b329_610f28627e397-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=412 A Toyota evitou expor seus carros e cancelou propagandas durante as Olimpíadas de Tóquio. Mas um modelo futurista tornou-se coadjuvante nas maratonas feminina e masculina, realizadas nos dois últimos dias de competição.

O Concept-i foi o veículo que acompanhou os líderes nas provas. Apresentado em 2017, é equipado com leitores faciais e captadores de som que reconhecem as emoções do motorista pelas expressões ou por voz.

O carro consegue saber se o condutor está feliz, irritado ou cansado. Para a montadora, monitorar o humor reduz os riscos de acidentes.

O carro aparecia em quase todas as vezes que os maratonistas do primeiro pelotão eram focalizados. Por ser elétrico, rodava em silêncio e não emitia poluentes.

As portas se abrem para cima e os faróis são compostos por LEDs embutidos na parte frontal. Durante as provas, a traseira emitia luzes de sinalização para os corredores.

O Concept-i tem sistema autônomo, mas o carro usado na maratona levava dois ocupantes.

O modelo deve entrar em ação novamente durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que começam no dia 24 de agosto.

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Caminhão Volkswagen é o primeiro veículo elétrico com produção regular no Brasil https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/13/caminhao-volkswagen-e-o-primeiro-veiculo-eletrico-com-producao-regular-no-brasil/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/13/caminhao-volkswagen-e-o-primeiro-veiculo-eletrico-com-producao-regular-no-brasil/#respond Tue, 13 Jul 2021 16:16:43 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/edelivery-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=405 O primeiro veículo nacional movido a eletricidade e produzido em larga escala é um caminhão. A VWCO (Volkswagen Caminhões e Ônibus) lançou o e-Delivery oficialmente nesta terça (13), modelo voltado para o transporte urbano de cargas.

Há duas versões, com capacidade para 11 ou 14 toneladas. O sistema de tração é localizado na traseira e o motor tem o equivalente a 408 cv de potência. As baterias de íon de lítio permitem rodar até 250 quilômetros com uma carga completa nas versões mais caras.

O modelo se encaixa na estratégia de empresas que buscam neutralizar o carbono em suas operações. A Ambev foi a primeira a avaliar o e-Delivery e terá 100 caminhões elétricos até outubro. A Coca-Cola Femsa Brasil receberá 20 unidades ainda em 2021, enquanto a JBS também já fez seus pedidos.

O preço, contudo, é bem mais alto em comparação aos modelos a diesel e varia de acordo com as configurações de produto e autonomia.

Painel do caminhão elétrico Volkswagen e-Delivery (Divulgação)

A versão 4×2 com 110 quilômetros de autonomia parte de R$ 780 mil. Um Delivery com motor a combustão e PBT (peso bruto total) de 11 toneladas custa a partir de R$ 275,7 mil.

A opção elétrica mais completa, 6×2 e com autonomia de até 250 quilômetros, é comercializada por R$ 980 mil. A VWCO diz que o custo será diluído por meio da redução de gastos com manutenção e combustível.

Fatores como a desvalorização do real e o encarecimento dos insumos influenciam, mas com o ganho de escala, a Volks avalia que os preços podem cair. A empresa precisa lidar ainda com a escassez global de componentes, principalmente semicondutores.

“Como o e-Delivery começa a ser fabricado agora e haverá um aumento gradual da produção, com pedidos feitos há muito tempo, não contemplamos esse problema dos semicondutores. Estamos gerenciando e tentando não parar”, diz Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus.

Cortes afirma que o aumento da demanda no segmento de veículos pesados surpreendeu, e houve problemas de fornecimento no primeiro semestre. “Tivemos dificuldades com pneus e aço, mas os problemas foram diminuindo.”

Motor elétrico do Volkswagen e-Delivery (Divulgação)

Apesar dos valores envolvidos, a utilização de caminhões elétricos de pequeno porte no lugar dos veículos a diesel é uma das soluções para melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades. Outra vantagem é a redução do ruído.

A menor necessidade de infraestrutura –grande problema dos modelos elétricos em países emergentes– justifica a escolha por um caminhão urbano. Como a autonomia é suficiente para atender a um dia de trabalho, é possível concentrar a recarga nas garagens no período da noite, por exemplo.

A depender da configuração do veículo e da capacidade do carregador, é possível recuperar 80% da energia em 45 minutos.

O e-Delivery é produzido por meio do e-Consórcio, que reúne fornecedores como Weg, Meritor, Siemens e ABB. A Moura será responsável pela montagem e reciclagem das baterias.

O veículo é montado na linha de produção da VWCO em Resende (RJ) e as baterias são instaladas em um novo galpão anexo, chamado e-Shop.

Um protótipo com capacidade de 14 toneladas foi avaliado em um espaço fechado durante a Fenatran 2019, maior evento nacional do setor de transportes.

Caminhão elétrico Volkswagen e-Delivery

Com carga máxima, o veículo surpreendeu pela capacidade de partida em rampa. O motorista só ouve um zunido distante ao acelerar, bem diferente do ruído típico dos caminhões a diesel.

O painel tem velocímetro digital e mostradores analógicos que exibem informações sobre o consumo de energia e a regeneração que ocorre nas frenagens.

A complexidade é baixa: ou se vai para frente, ou para trás. O motorista pode ter ar-condicionado à disposição, mas seu uso constante reduz a autonomia.

O lançamento de um caminhão elétrico em meio à crise hídrica gera preocupação com a viabilidade do projeto, mas a empresa afirma oferecer alternativas para contornar o problema.

“Estamos oferecendo soluções sob medida, que vão desde um sistema de recarga mais simples à alternativa de colocar uma estação por energia solar na garagem ou oficina do cliente”, diz  Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da VWCO​.

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Chineses lançam o Fusca elétrico que a Volkswagen não fez https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/chineses-lancam-o-fusca-eletrico-que-a-volkswagen-nao-fez/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/20/chineses-lancam-o-fusca-eletrico-que-a-volkswagen-nao-fez/#respond Tue, 20 Apr 2021 14:39:23 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/fusca-01-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=354 Antes de lançar produtos globais com identidade própria, a indústria automotiva chinesa tornou-se famosa por copiar os carros dos outros. As “homenagens” continuam por lá, e o modelo da vez é o Fusca.

Por meio de sua divisão de carros elétricos, a montadora Great Wall apresenta o ORA Punk Cat. O desenho mistura elementos de diferentes gerações do besouro da Volkswagen.

Enquanto a carroceria está mais para os Fuscas modernizados lançados nos últimos 25 anos, faróis, lanternas e para-choques remetem a versões dos anos 1960. A pintura em dois tons dá um toque ainda mais retrô ao conjunto.

O interior é outra salada. O mostrador digital fica atrás de um volante à moda antiga, e há também uma enorme tela sensível ao toque que concentra as funções do carro. Forrações e detalhes em verde, creme e rosa-choque se espalham pela cabine.

A potência do motor elétrico ainda não foi divulgada, tampouco a autonomia do Punk Cat. O carro, que chegará às lojas chinesas no fim do ano, estará em exposição na edição 2021 do Salão de Xangai. O evento será aberto nesta quarta (21).

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Volkswagen troca o ‘k’ pelo ‘t’ e vira Voltswagen nos EUA https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/30/volkswagen-troca-o-k-pelo-t-e-vira-voltswagen-nos-eua/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/30/volkswagen-troca-o-k-pelo-t-e-vira-voltswagen-nos-eua/#respond Tue, 30 Mar 2021 16:59:07 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/Large-13212-VoltswagenAnewnameforaneweraofe-Mobility-300x215.png https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=340 Parecia brincadeira de 1° de abril, mas agora não se sabe mais o que é mentira e o que é verdade.

A Volkswagen divulgou nesta terça (30) que vai mudar seu nome nos Estados Unidos para Voltswagen, em alusão aos carros elétricos que a marca vai comercializar no mercado americano. A informação havia vazado na segunda (29), quando alguns veículos de comunicação trataram o tema como uma brincadeira a ser divulgada no Dia da Mentira.

Mas então veio a surpresa: a Volkswagen confirmou a alteração em um comunicado divulgado pela montadora e passou a utilizar o novo nome em seu Twitter oficial.

Contudo, horas depois de o assunto estar estampado em sites mundo afora, o jornal Wall Street Journal e, em seguida, a agência Bloomberg publicaram que se trata de uma estratégia de divulgação que saiu do controle. A afirmação foi atribuída à uma fonte da montadora na Alemanha.

A VW está lançando seu primeiro carro 100% elétrico nos Estados Unidos, o ID.4. A mudança de nome pode ser temporária, apenas para chamar a atenção. Mas não é isso que dizia o material divulgado oficialmente pela fabricante.

O texto que estava no site de comunicação da Volkswagen (ou Voltswagen?) tinha diversas declarações do presidente da VW nos EUA, Scott Keogh. De acordo com as informações, a mudança seria implementada em maio. O nome original da montadora significa “carro do povo” em alemão.

“A ideia de um ‘carro do povo’ é a nossa própria estrutura. Dissemos, desde o início de nossa mudança para um futuro elétrico, que construiremos veículos desse tipo para milhões de pessoas, e não apenas para milionários”, disse Keogh no comunicado. “Essa mudança de nome significa um aceno ao nosso passado como o carro do povo e nossa firme convicção de que nosso futuro será oferecer o carro elétrico do povo.”

Seria uma alteração sem precedentes para a fabricante alemã: nem mesmo a origem da marca fez o nome ser alterado em quase 90 anos de história.

No dia 22 de junho de 1934, o contrato de produção de um carro acessível foi fechado pelo projetista Ferdinand Porsche (1875-1951) com o governo alemão. Adolf Hitler (1889-1945), que acabara de assumir o poder, desejava que um veículo barato chegasse às ruas, e nascia o modelo que o Brasil conhece como Fusca.

O criador do automóvel mais popular do planeta tinha que entregar algo robusto e econômico, que atendesse às exigências estipuladas pelo governo –era parte de uma estratégia de estado para dar rodas ao país e desenvolver a indústria.

A produção foi interrompida durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e retomada logo após o término do conflito, mas agora sob o comando dos ingleses, que mantiveram a marca Volkswagen.

Mais do que a consequência de imposições legais –as legislações ambientais têm forçado as montadoras a eletrificarem seus carros–, a mudança de Volkswagen para Voltswagen seria uma iniciativa da empresa alemã para apagar o dieselgate.

Em 2015, a VW admitiu ter manipulado os resultados de testes com veículos à diesel, fingindo que estes respeitavam os padrões americanos para a emissão de poluentes. A fraude envolveu 11 milhões de veículos e gerou punições bilionárias à fabricante.

Se a mudança não for sequer temporária e se tratar apenas de uma brincadeira que fugiu do controle, a Volks terá mentido mais uma vez.

Real de fato é a meta da marca: vender 1 milhão de veículos elétricos no mundo até 2025.

Volkswagen lança SUV elétrico ID.4 (Divulgação)

No comunicado divulgado nesta terça, a VW diz que preservará elementos clássicos da marca em seus carros elétricos, mas com algumas mudanças. As logomarcas de modelos movidos a gasolina terão um tomo de azul mais escuro do que o adotado nas opções elétricas.

Se houver alguma verdade nessa história, as mudanças também serão vistas nas fachadas das concessionárias. As lojas que comercializarem carros elétricos trarão o luminoso “Voltswagen” em destaque.

A divisão americana da montadora existe desde 1955 e sempre teve autonomia para o desenvolvimento de modelos. Procurada, a Volkswagen do Brasil preferiu não se manifestar sobre a movimentação ocorrida nos EUA.

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Primeiro elétrico da Audi, E-tron mostra boa autonomia em teste rodoviário https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/24/primeiro-eletrico-da-audi-e-tron-mostra-boa-autonomia-em-teste-rodoviario/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/24/primeiro-eletrico-da-audi-e-tron-mostra-boa-autonomia-em-teste-rodoviario/#respond Fri, 24 Apr 2020 22:50:24 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/etron-04.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=144 Os primeiros quilômetros ao volante do Audi E-tron são gastos com a adaptação ao retrovisor eletrônico. As imagens são geradas por câmeras e reproduzidas em telas de alta resolução instaladas nas portas. Sim, é muito estranho.

Passado o período necessário para se acostumar com a tecnologia, o motorista se lembra que está a bordo do primeiro carro elétrico feito pela marca alemã, um utilitário esportivo vendido por a partir de R$ 460 mil.

O prestígio conferido pelas quatro argolas é confirmado pelo acabamento da cabine, com molduras plásticas que parecem pedras nobres. A versão testada tem forrações escuras tanto nas portas como nos bancos de couro.

Audi E-tron
Porta-malas do Audi E-tron tem 600 litros de capacidade (Divulgação)

Os motores elétricos começam a funcionar em absoluto silêncio. O dianteiro oferece 184 cv de potência, enquanto o traseiro entrega 224 cv. O painel indica autonomia de 402 quilômetros, garantidos pelos 700 kg de baterias instaladas no assoalho. Ao todo, o E-tron tem 2.655 quilos.

O motorista só percebe que está em um carro pesadão nas curvas mais fechadas, quando o balanço da carroceria faz a suspensão a ar trabalhar bastante.

Ao acelerar em linha reta, o E-tron se comporta como os modelos da linha RS, embora mais empenhado em oferecer conforto. Dirigir esportivamente, contudo, significa ver a autonomia se esvair.

Ao sair da garagem, o painel indica que o Audi tem carga suficiente para percorrer 406 km. O valor vai caindo devagar no trânsito urbano: veículos elétricos aproveitam as freadas para recuperar  a energia.

Na estrada rumo ao litoral, a situação muda. Com o navegador estabilizado a 120 km/h, máxima permitida na Rodovia dos Imigrantes, o consumo aumenta.

Chega o trecho de descida, com máxima de 80 km/h. O E-tron adequa a velocidade ao ritmo do tráfego e, no fim da serra, exibe 413 quilômetros de autonomia.

A recuperação de energia é potencializada morro abaixo, embora o indicador de carga se mantenha estabilizado. É semelhante ao que ocorre com os carros a combustão, que parecem ganhar quilômetros extras quando estão poupando gasolina nos longos declives.

Audi E-tron
Espelho retrovisor eletrônico do E-tron instalado na porta do motorista; tela exibe imagens captadas por uma câmera (Divulgação)

Embora seja irreal –as estradas não são feitas apenas de descidas—, a autonomia exibida no painel do E-tron dá confiança para a subida da volta. Os motores elétricos ignoram aclives e, com a potência combinada de 408 cv, fazem o Audi desrespeitar as leis da natureza. A terra parece plana.

Seria ainda melhor se esse Audi não fosse tão grandalhão: são 4,9 m de comprimento. O SUV médio-grande Q5 custa a metade do preço, tem 4,66 m de uma ponta a outra e oferece o mesmo (bom) espaço para cinco ocupantes.

De volta à garagem, o marcador de carga do E-tron indica que seria possível rodar mais 221 km antes da recarga. Ao somar com a distância percorrida no teste, a autonomia total seria de 366 km.

Ao manobrar o carro para estacionar após o teste, percebe-se que os retrovisores eletrônicos já foram assimilados e, de fato, geram imagens mais nítidas que a dos espelhos convencionais, além de dar uma pequena contribuição para a aerodinâmica. O problema é o preço: o acessório tecnológico custa R$ 13 mil. Melhor ficar com as lentes tradicionais.

Audi E-tron
Interior do E-tron, primeiro carro elétrico da Audi (Divulgação)
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Mustang se divide entre razão e emoção com carro elétrico e GT500 a gasolina https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/20/mustang-se-divide-entre-razao-e-emocao-com-carro-eletrico-e-gt500-a-gasolina/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/11/20/mustang-se-divide-entre-razao-e-emocao-com-carro-eletrico-e-gt500-a-gasolina/#respond Wed, 20 Nov 2019 19:48:52 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/IMG_3348-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=106 Como se fosse por mero acaso, a Ford revela seu primeiro Mustang elétrico ao mesmo tempo em que lança a versão mais potente de todos os tempos de seu ícone esportivo –com motor V8 a gasolina.

Os novos e velhos tempos se encontram no Salão do Automóvel de Los Angeles, local escolhido para as apresentações. O evento será aberto ao público nesta sexta-feira (22).

O primeiro a ser conhecido é o elétrico Mach E, um utilitário esportivo de quatro portas.

As proporções não causam estranheza, apesar de ser difícil associar o estilo familiar de um SUV ao nome Mustang. O carro, que será lançado no fim de 2020 nos EUA e na Europa, faz parte do programa da Ford que vai investir o equivalente a R$ 45 bilhões em veículos híbridos e elétricos até 2022.

Mustang Mach E pode ser equipado com um ou dois motores elétricos (Divulgação)

Ted Cannis, responsável pelo projeto de eletrificação, afirma que optar pela grife Mustang nesse projeto era uma atitude necessária para chamar a atenção. “Precisávamos de algo a mais.”

A ideia do executivo faz sentido. Caso a Ford optasse por colocar sua logomarca oval em um novo veículo elétrico, seria mais um entre os diversos automóveis que não queimam combustível já produzidos pela marca.

Ao receber o prenome Mustang, o Mach E confirma que agora há mais uma família de produtos, que deve originar novas versões quatro portas no estilo sedã e, provavelmente, um utilitário ainda maior. É o que aconteceu com a Porsche ao lançar o Cayenne e, anos depois, o Panamera.

Para ser Mustang, é preciso ser esportivo. As cinco versões disponíveis não terão menos que 258 cv. No topo da lista está o GT Performance. Combinados, seus dois motores elétricos geram 465 cv e quase 90 kgfm de torque. É o suficiente para chegar aos 100 km/h em aproximadamente três segundos.

Versão GT do utilitário esportivo elétrico Mustang Mach E (Divulgação)

Antes de sua exibição no Salão de Los Angeles, foi possível andar de carona em um protótipo do Mach E. Embora não fosse a unidade mais potente, a aceleração abrupta confirmou que carros elétricos podem ser muito rápidos, apesar de silenciosos. É uma característica bem diferente do barulhento V8 de 770 cv do Shelby GT500.

O Mustang mais potente da história foi oferecido para uma volta pela região montanhosa de Los Angeles. O ronco grave do motor 5.0 reverbera pela garagem, e isso é algo que nenhum carro elétrico poderá replicar.

Os bancos tipo concha são mais confortáveis do que parecem, mas têm regulagens manuais. O volante revestido de couro tipo camurça absorve o suor das mãos e traz ajuste de altura e de profundidade.

A serpente que simboliza a preparadora Shelby vai gravada na grade frontal e na tampa traseira. A imagem some diante a cor laranja do carro testado.

Mal se percebe a atuação do câmbio automático de 10 marchas. Mesmo no modo Track, quando todos os 770 cv são liberados, as trocas ocorrem com suavidade. O que se percebe são os estouros que vêm do escapamento.

A tração traseira empurra o carro morro acima com tanta disposição que não se distingue aclive ou declive. O motorista sente cada reação do veículo, que parece debochar da capacidade de quem está ao volante.

Após uma longa sequência de curvas, chega-se ao ponto de parada para um lanche. Aí se olha para trás e… Aonde está o banco?

O espaço limitado para caronas que existe em outros Mustang não está disponível no GT500. É um cupê de dois lugares, feito para acelerar nos finais de semana.

Aerofólio é parte de pacote de opcionais do novo Mustang Shelby GT500 (Eduardo Sodré/Folhapress)

No Mach E, a coisa é bem diferente. Há um assento traseiro confortável capaz de levar três passageiros. O porta-malas de 470 litros é complemento por um alçapão de 90 litros na parte frontal, já que não há um motor ali.

Apesar desse lado família, o Mustang elétrico pode ser mais rápido que o GT500 nas arrancadas. Pelos dados da fabricante, a vantagem do Mach E seria de aproximadamente meio segundo na prova de aceleração de zero a 100 km/h.

O utilitário esportivo também é superior em tecnologia. A tela vertical de 15,5 polegadas colocada no centro do painel interage com o motorista e concentra todas as informações do carro. Dá para ver quais são os pontos de recarga mais próximos e com quantos quilômetros de autonomia o carro vai estar quando chegar à tomada.

O mostrador gigante segue o que já foi feito pela Tesla. A marca de Elon Musk será a principal concorrente dos Mustang elétricos nos EUA.

Em condições favoráveis de trânsito, o Mach E é capaz de rodar cerca de 500 quilômetros até precisar ser recarregado. O número é próximo do que o GT500 consegue rodar com um tanque de gasolina, de acordo com os dados do computador de bordo do esportivo.

Enquanto a versão First Edition do Mach E será vendida pelo equivalente a R$ 252 mil, o Mustang preparado pela Shelby é comercializado por a partir de R$ 310,8 mil.

O sonho da montadora é ter clientes que comprem os dois carros: o elétrico para uso cotidiano e o GT500 para os dias de lazer. Talvez, em um futuro não muito distante, surjam versões Shelby com motores que não queimam gasolina. O desempenho deverá ser até melhor, mas não há como substituir o ronco do motor V8.

O jornalista viajou a convite da Ford

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Fusca antigo transformado em elétrico rouba a cena em Frankfurt https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/10/fusca-antigo-transformado-em-eletrico-rouba-a-cena-em-frankfurt/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/10/fusca-antigo-transformado-em-eletrico-rouba-a-cena-em-frankfurt/#respond Tue, 10 Sep 2019 21:01:30 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/IMG_1661-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=63 O fusquinha amarelo parado em um dos acessos do Salão do Automóvel de Frankfurt tem um cabo de energia plugado no lugar em que deveria haver o bocal do tanque. O carro foi transformado em elétrico com o apoio da Volkswagen.

Batizado de e-Käfer, o Fusca alemão que pode ser recarregado na tomada é construído pela empresa eClassics. A VW fornece toda a parte mecânica, que vem do compacto e-Up. A potência chega a 81 cv e há bastante força disponível nas arrancadas.

Segundo dados da fabricante, o modelo pode chegar aos 80 km/h em oito segundos.

Fusca elétrico tem adesivos nas laterais com seu nome em alemão, e-Käfer (Eduardo Sodré/Folhapress)

O Fusca em exposição é conversível e traz alguns detalhes modernizados. Os faróis têm lentes lisas e LEDs. Além disso, os estribos laterais foram transformados em peças inteiriças pintadas na cor da carroceria.

Por dentro, o quadro de instrumentos traz um marcador digital de autonomia, que pode chegar a 200 quilômetros.

O e-Käfer está exposto em uma área de pouco destaque em Frankfurt, mas pelas tantas pessoas que param ao lado para fazer selfies durante a prévia do evento, deverá ser um dos carros mais fotografados. O Salão do Automóvel de Frankfurt estará aberto ao público entre os dias 12 e 22 de setembro.

Tomada de recarga do Volkswagen elétrico (Eduardo Sodré/Folhapress)

Enquanto o Fusca elétrico chama a atenção do lado de fora, o ID3 é a principal atração da Volkswagen dentro de seu estande. Mas será difícil superar o carisma do besouro amarelo.

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Golf completa 25 anos de Brasil e ganha versão eletrificada https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/08/10/golf-completa-25-anos-de-brasil-e-ganha-versao-eletrificada/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/08/10/golf-completa-25-anos-de-brasil-e-ganha-versao-eletrificada/#respond Sat, 10 Aug 2019 05:00:44 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/golf-gti-1994-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=20 Em fevereiro de 1994, a Volkswagen alugou o Autódromo de Interlagos para apresentar o Golf GTI, seu primeiro carro importado para o mercado nacional. Passados 25 anos, o hatch médio volta a ser um pioneiro no Brasil.

A montadora vai lançar a versão híbrida do modelo, com estreia prevista para o fim deste ano. Seu nome: GTE.

O “E” da sigla é abreviação de “Electricity”, que substitui o “I” de “Injection”.

O novo Golf tem um motor elétrico instalado junto ao sistema de transmissão, que gera potência equivalente a 102 cv. Sozinho, consegue fazer o carro rodar por até 50 quilômetros sem que seja preciso acionar o outro motor, a gasolina.

O casamento de combustão e eletricidade justifica o “GT” (“Gran Tourismo”) no nome. Essa junção de letras é reservada aos carros mais esportivos da Volkswagen.

O motor a gasolina é o mesmo 1.4 turbo (150 cv) usado em diversos veículos da marca à venda no Brasil. A combinação das potências resulta em 204 cv, pois há perdas pelo caminho. Ainda assim, é um número próximo dos 230 cv do GTI atual —e muito superior aos 116 cv do GTI de 1994.

A Volkswagen emprestou o Golf GTE para uma volta ao redor da fábrica de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). O primeiro quilômetro foi percorrido nas dependências da montadora, com o carro no modo elétrico.

Nem os funcionários estão acostumados com o silêncio: um operário se assustou ao ver o carro se aproximar enquanto atravessava uma rua interna.

A opção híbrida foi acionada logo após o carro ganhar a rua. Uma acelerada mais forte na saída do semáforo mostrou que o “E” não é muito diferente do “I” quando se trata de um Volks GT.

Além de conseguir rodar no modo 100% elétrico, o Golf GTE pode ser recarregado na garagem. Se as baterias estiverem no nível mínimo de energia permitido pelo sistema, o tempo plugado em uma tomada de 220V será de duas horas e 45 minutos, segundo a fabricante.

O pacote de baterias é composto por 96 células que se parecem com um livro de bolso. Cada uma tem capacidade semelhante às usadas em notebooks. O conjunto é instalado junto ao eixo traseiro, ao lado do tanque com capacidade para 40 litros de combustível.

A Volkswagen diz que a combinação de gasolina e eletricidade permite percorrer cerca de 900 quilômetros.

Roger Guilherme, gerente de engenharia da Volkswagen, afirma que o gasto residencial a cada recarga completa em São Paulo é de R$ 5. Esse será a despesa diária de um motorista que percorre 50 quilômetros no trajeto de ida e volta ao trabalho.

Se o dono não quiser se preocupar com tomadas, pode usar o carro o tempo todo em modo híbrido. O motor a gasolina também consegue alimentar as baterias, mas a eficiência não será a mesma.

A graça está em utilizar a eletricidade para reduzir as emissões de poluentes e CO2 no meio urbano.

Carros como o Golf GTE são as soluções que as montadoras têm encontrado para atender a legislações ambientais cada vez mais restritivas. Sem a eletrificação, os automóveis não conseguirão obter as homologações necessárias para rodar.

O lado ruim é o quanto deverá custar a versão híbrida. A tendência é de valor superior aos R$ 151.530 pedidos atualmente por um Golf GTI.

Espera-se que a disseminação da tecnologia ajude a reduzir os preços, até porque é um caminho sem volta.

Nos dias de hoje, o Golf GTI de 1994 não teria a menor chance de ser lançado. Contudo, não há razão para saudosismo. O GTE é mais eficiente em todos os aspectos, talvez só perca no carisma.

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