Máquinas do Tempo https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br Passado, presente e futuro da mobilidade e da indústria automotiva Fri, 19 Nov 2021 02:43:08 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Caminhão Volkswagen é o primeiro veículo elétrico com produção regular no Brasil https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/13/caminhao-volkswagen-e-o-primeiro-veiculo-eletrico-com-producao-regular-no-brasil/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/13/caminhao-volkswagen-e-o-primeiro-veiculo-eletrico-com-producao-regular-no-brasil/#respond Tue, 13 Jul 2021 16:16:43 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/edelivery-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=405 O primeiro veículo nacional movido a eletricidade e produzido em larga escala é um caminhão. A VWCO (Volkswagen Caminhões e Ônibus) lançou o e-Delivery oficialmente nesta terça (13), modelo voltado para o transporte urbano de cargas.

Há duas versões, com capacidade para 11 ou 14 toneladas. O sistema de tração é localizado na traseira e o motor tem o equivalente a 408 cv de potência. As baterias de íon de lítio permitem rodar até 250 quilômetros com uma carga completa nas versões mais caras.

O modelo se encaixa na estratégia de empresas que buscam neutralizar o carbono em suas operações. A Ambev foi a primeira a avaliar o e-Delivery e terá 100 caminhões elétricos até outubro. A Coca-Cola Femsa Brasil receberá 20 unidades ainda em 2021, enquanto a JBS também já fez seus pedidos.

O preço, contudo, é bem mais alto em comparação aos modelos a diesel e varia de acordo com as configurações de produto e autonomia.

Painel do caminhão elétrico Volkswagen e-Delivery (Divulgação)

A versão 4×2 com 110 quilômetros de autonomia parte de R$ 780 mil. Um Delivery com motor a combustão e PBT (peso bruto total) de 11 toneladas custa a partir de R$ 275,7 mil.

A opção elétrica mais completa, 6×2 e com autonomia de até 250 quilômetros, é comercializada por R$ 980 mil. A VWCO diz que o custo será diluído por meio da redução de gastos com manutenção e combustível.

Fatores como a desvalorização do real e o encarecimento dos insumos influenciam, mas com o ganho de escala, a Volks avalia que os preços podem cair. A empresa precisa lidar ainda com a escassez global de componentes, principalmente semicondutores.

“Como o e-Delivery começa a ser fabricado agora e haverá um aumento gradual da produção, com pedidos feitos há muito tempo, não contemplamos esse problema dos semicondutores. Estamos gerenciando e tentando não parar”, diz Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus.

Cortes afirma que o aumento da demanda no segmento de veículos pesados surpreendeu, e houve problemas de fornecimento no primeiro semestre. “Tivemos dificuldades com pneus e aço, mas os problemas foram diminuindo.”

Motor elétrico do Volkswagen e-Delivery (Divulgação)

Apesar dos valores envolvidos, a utilização de caminhões elétricos de pequeno porte no lugar dos veículos a diesel é uma das soluções para melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades. Outra vantagem é a redução do ruído.

A menor necessidade de infraestrutura –grande problema dos modelos elétricos em países emergentes– justifica a escolha por um caminhão urbano. Como a autonomia é suficiente para atender a um dia de trabalho, é possível concentrar a recarga nas garagens no período da noite, por exemplo.

A depender da configuração do veículo e da capacidade do carregador, é possível recuperar 80% da energia em 45 minutos.

O e-Delivery é produzido por meio do e-Consórcio, que reúne fornecedores como Weg, Meritor, Siemens e ABB. A Moura será responsável pela montagem e reciclagem das baterias.

O veículo é montado na linha de produção da VWCO em Resende (RJ) e as baterias são instaladas em um novo galpão anexo, chamado e-Shop.

Um protótipo com capacidade de 14 toneladas foi avaliado em um espaço fechado durante a Fenatran 2019, maior evento nacional do setor de transportes.

Caminhão elétrico Volkswagen e-Delivery

Com carga máxima, o veículo surpreendeu pela capacidade de partida em rampa. O motorista só ouve um zunido distante ao acelerar, bem diferente do ruído típico dos caminhões a diesel.

O painel tem velocímetro digital e mostradores analógicos que exibem informações sobre o consumo de energia e a regeneração que ocorre nas frenagens.

A complexidade é baixa: ou se vai para frente, ou para trás. O motorista pode ter ar-condicionado à disposição, mas seu uso constante reduz a autonomia.

O lançamento de um caminhão elétrico em meio à crise hídrica gera preocupação com a viabilidade do projeto, mas a empresa afirma oferecer alternativas para contornar o problema.

“Estamos oferecendo soluções sob medida, que vão desde um sistema de recarga mais simples à alternativa de colocar uma estação por energia solar na garagem ou oficina do cliente”, diz  Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da VWCO​.

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Fusca antigo transformado em elétrico rouba a cena em Frankfurt https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/10/fusca-antigo-transformado-em-eletrico-rouba-a-cena-em-frankfurt/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/09/10/fusca-antigo-transformado-em-eletrico-rouba-a-cena-em-frankfurt/#respond Tue, 10 Sep 2019 21:01:30 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/IMG_1661-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=63 O fusquinha amarelo parado em um dos acessos do Salão do Automóvel de Frankfurt tem um cabo de energia plugado no lugar em que deveria haver o bocal do tanque. O carro foi transformado em elétrico com o apoio da Volkswagen.

Batizado de e-Käfer, o Fusca alemão que pode ser recarregado na tomada é construído pela empresa eClassics. A VW fornece toda a parte mecânica, que vem do compacto e-Up. A potência chega a 81 cv e há bastante força disponível nas arrancadas.

Segundo dados da fabricante, o modelo pode chegar aos 80 km/h em oito segundos.

Fusca elétrico tem adesivos nas laterais com seu nome em alemão, e-Käfer (Eduardo Sodré/Folhapress)

O Fusca em exposição é conversível e traz alguns detalhes modernizados. Os faróis têm lentes lisas e LEDs. Além disso, os estribos laterais foram transformados em peças inteiriças pintadas na cor da carroceria.

Por dentro, o quadro de instrumentos traz um marcador digital de autonomia, que pode chegar a 200 quilômetros.

O e-Käfer está exposto em uma área de pouco destaque em Frankfurt, mas pelas tantas pessoas que param ao lado para fazer selfies durante a prévia do evento, deverá ser um dos carros mais fotografados. O Salão do Automóvel de Frankfurt estará aberto ao público entre os dias 12 e 22 de setembro.

Tomada de recarga do Volkswagen elétrico (Eduardo Sodré/Folhapress)

Enquanto o Fusca elétrico chama a atenção do lado de fora, o ID3 é a principal atração da Volkswagen dentro de seu estande. Mas será difícil superar o carisma do besouro amarelo.

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Golf completa 25 anos de Brasil e ganha versão eletrificada https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/08/10/golf-completa-25-anos-de-brasil-e-ganha-versao-eletrificada/ https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/2019/08/10/golf-completa-25-anos-de-brasil-e-ganha-versao-eletrificada/#respond Sat, 10 Aug 2019 05:00:44 +0000 https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/golf-gti-1994-300x215.jpg https://maquinasdotempo.blogfolha.uol.com.br/?p=20 Em fevereiro de 1994, a Volkswagen alugou o Autódromo de Interlagos para apresentar o Golf GTI, seu primeiro carro importado para o mercado nacional. Passados 25 anos, o hatch médio volta a ser um pioneiro no Brasil.

A montadora vai lançar a versão híbrida do modelo, com estreia prevista para o fim deste ano. Seu nome: GTE.

O “E” da sigla é abreviação de “Electricity”, que substitui o “I” de “Injection”.

O novo Golf tem um motor elétrico instalado junto ao sistema de transmissão, que gera potência equivalente a 102 cv. Sozinho, consegue fazer o carro rodar por até 50 quilômetros sem que seja preciso acionar o outro motor, a gasolina.

O casamento de combustão e eletricidade justifica o “GT” (“Gran Tourismo”) no nome. Essa junção de letras é reservada aos carros mais esportivos da Volkswagen.

O motor a gasolina é o mesmo 1.4 turbo (150 cv) usado em diversos veículos da marca à venda no Brasil. A combinação das potências resulta em 204 cv, pois há perdas pelo caminho. Ainda assim, é um número próximo dos 230 cv do GTI atual —e muito superior aos 116 cv do GTI de 1994.

A Volkswagen emprestou o Golf GTE para uma volta ao redor da fábrica de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). O primeiro quilômetro foi percorrido nas dependências da montadora, com o carro no modo elétrico.

Nem os funcionários estão acostumados com o silêncio: um operário se assustou ao ver o carro se aproximar enquanto atravessava uma rua interna.

A opção híbrida foi acionada logo após o carro ganhar a rua. Uma acelerada mais forte na saída do semáforo mostrou que o “E” não é muito diferente do “I” quando se trata de um Volks GT.

Além de conseguir rodar no modo 100% elétrico, o Golf GTE pode ser recarregado na garagem. Se as baterias estiverem no nível mínimo de energia permitido pelo sistema, o tempo plugado em uma tomada de 220V será de duas horas e 45 minutos, segundo a fabricante.

O pacote de baterias é composto por 96 células que se parecem com um livro de bolso. Cada uma tem capacidade semelhante às usadas em notebooks. O conjunto é instalado junto ao eixo traseiro, ao lado do tanque com capacidade para 40 litros de combustível.

A Volkswagen diz que a combinação de gasolina e eletricidade permite percorrer cerca de 900 quilômetros.

Roger Guilherme, gerente de engenharia da Volkswagen, afirma que o gasto residencial a cada recarga completa em São Paulo é de R$ 5. Esse será a despesa diária de um motorista que percorre 50 quilômetros no trajeto de ida e volta ao trabalho.

Se o dono não quiser se preocupar com tomadas, pode usar o carro o tempo todo em modo híbrido. O motor a gasolina também consegue alimentar as baterias, mas a eficiência não será a mesma.

A graça está em utilizar a eletricidade para reduzir as emissões de poluentes e CO2 no meio urbano.

Carros como o Golf GTE são as soluções que as montadoras têm encontrado para atender a legislações ambientais cada vez mais restritivas. Sem a eletrificação, os automóveis não conseguirão obter as homologações necessárias para rodar.

O lado ruim é o quanto deverá custar a versão híbrida. A tendência é de valor superior aos R$ 151.530 pedidos atualmente por um Golf GTI.

Espera-se que a disseminação da tecnologia ajude a reduzir os preços, até porque é um caminho sem volta.

Nos dias de hoje, o Golf GTI de 1994 não teria a menor chance de ser lançado. Contudo, não há razão para saudosismo. O GTE é mais eficiente em todos os aspectos, talvez só perca no carisma.

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